Young Double fala da repercussão da colecção “Conquistador” no Moda Luanda 2020
Por: Hélio Cristóvão
Sobre o sucesso da sua colecção “Conquistador”, apresentada
na vigésima terceira edição do tradicional evento Moda Luanda 2020, no passado
dia 21 de Março, o rapper e fashion designer falou em entrevista ao PLATINALINE
sobre o processo de produção e a repercussão positiva que a sua linha de roupa
e acessórios causou no meio artístico e não só.
Grande parte dos seus fãs e apreciadores das
suas músicas não conheciam este seu outro lado artístico, ligado à moda. Quando
foi que tudo começou?
YOUNG DOUBLE – Sim, boa parte não sabia, pois, ao longo dos
tempos, fui ganhando muitos fãs e apreciadores novos, mas a verdade é que as
pessoas que me conhecem há muito mais tempo fizeram parte do início deste
sonho, que começou em 2007, e comecei a materializá-lo em 2010.
A sua primeira colecção foi oficialmente
apresentada no Moda Luanda. Esperava essa repercussão positiva?
YOUNG DOUBLE – Na verdade, a apresentação da colecção
“Conquistador” foi uma mistura de três colecções lançadas desde Novembro até ao
momento. Fiz questão de inserir novos artigos que presumem acrescentar algum
valor à marca e embelezar ainda mais o desfile. Quanto à repercussão, sim,
obviamente esperava que fosse ser apreciada porque, desde o lançamento, em
Novembro, tenho recebido óptimo feedback, faltava a oportunidade de levar o
grande público num evento que, por si só, é o maior e o mais antigo de Angola.
Que novidade traz a marca “Conquistador”?
A marca em si já é uma novidade, tendo em conta aquilo
que temos no mercado nacional. Os nossos designs são novidades, facto que,
pessoas do exterior do país solicitam os nossos produtos, o que nos faz crer
que estamos diante de um produto com capacidade de exportação e que, de alguma
forma, espelha qualidade a nível das marcas de padrão internacional.
Como é feito o processo de produção, desde o desenho
dos looks até a confecção?
É o processo normal que conheço e desenvolvi. Faço os
desenhos, vou atrás dos tecidos e junto dos meus alfaiates, procuramos executar
da melhor forma, com os melhores cortes e acabamentos.
Músico e designer, tem sido fácil gerir esses dois
lados?
– Fácil não digo, mas sou um indivíduo habituado a um
grau de dificuldade muito elevado e, talvez por isso eu consiga executar
algumas coisas de um modo que possa aparentar ser fácil, mas porque consigo
lidar normalmente. É preciso fazer uma gestão, saber o que é prioritário e o
que não é.
Segundo o seu entendimento, por quê razão a sua
colecção gerou tantos elogios no Moda Luanda?
YAcredito que se deve ao facto de ser um
produto inteiramente de produção local, além do padrão, do corte, acabamento,
design… tudo isso acaba por constituir uma simbiose que resulta na aparência
que o material tem.